quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Consoles Slim

By Alex

O regime dos Consoles

Quem nunca ouviu falar de um console slim? Possivelmente, se você viveu a era do saudoso PlayStation, então provavelmente deve saber do que estamos falando. Muitos devem lembrar-se da chegada do magérrimo PlayStation One, que trazia os mesmos recursos do console original, mas em formato muito mais compacto. Entretanto, ao contrário do que muitos pensam, estes regimes já fazem parte da história dos games há um bom tempo.

Desde o surgimento dos consoles, muitos video games ganharam versões mais magras. Além de receber um design mais moderno, algumas plataformas também ganhavam novos recursos. Entretanto, algumas delas, por incrível que pareça, acabaram deixando algumas funções para trás em troca de um corpo mais atraente — ou não.

Mas, quem começou com esta ideia? Como eram os primeiros consoles Slim? Quais foram as mudanças? Para ajudar a entender um pouco a história destes regimes, o Baixaki Jogos resolveu preparar um especial selecionando alguns dos mais curiosos casos de dieta no mundo dos games. Vamos lá!
                                                    

                                                        O começo de tudo  


A primeira redução de peso

Durante a década de 1970, diversos consoles inundaram o mercado do entretenimento eletrônico. Um dos principais é o Magnavox Odyssey, reconhecido como o primeiro console caseiro do mundo. Este video game trazia consigo diversos games, incluindo até mesmo uma versão diferente de Pong, para Atari 2600, que seria lançado apenas dois anos depois.

Contudo, a primeira redução de peso só ocorreu com a chegada do Fairchild Channel F, perto da metade da década de 1970. Certamente, um nome não muito conhecido, mas que merece destaque por ser um dos precursores das alterações que hoje são conhecidas como slim. Em termos de design, o console não era muito atraente, algo que ficou ainda mais evidente com a chegada do Atari.





Para competir com sua rival, a Fairchild Semiconductor resolveu lançar o Channel F System 2. Basicamente, a estrutura era a mesma, mas o design havia sido mudado drasticamente. Para completar, alguns recursos foram adicionados, como controles com cabos removíveis e saída para som da TV.

O console não aguentou por muito tempo, principalmente por ser lançado durante a famosa Crise Americana dos Video Games, que quase levou boa parte das empresas do ramo à falência. Mesmo assim, ele ainda é relembrado por muitos como o primeiro console a trazer um visual mais magro.






                                                           Reduzindo os custos


Melhorando a beleza


Não demorou até que a Atari começasse a fazer algo parecido. Em 1977, o primeiro Atari 2600 chegava às lojas, em formato de caixa e detalhes em madeira. Inicialmente, o console agradava o público não só pelos jogos, mas também pelo visual — adequado para a época. Entretanto, com o passar dos anos, novas máquinas foram surgindo e muitas traziam designs mais modernos, deixando o Atari com cara de ultrapassado.




Sendo assim, a companhia decidiu unir o útil ao agradável. Mesmo chegando atrasado, o Atari 2600 Jr., como era popularmente conhecido, trazia o clássico console sob um visual bem mais moderno. Bem, nesta época, diversos de peso já haviam estreado, com o próprio Nintendo Entertainment System (NES ou Nintendinho 8-bits).

Independentemente disto, a Atari decidiu lançar seu antigo console como uma excelente alternativa para aqueles que desejam desfrutar de vários clássicos por um preço muito leve — o vídeo game custava apenas US$50. O console, além de mais belo, também trazia componentes mais baratos, o que permitia as vendas a baixo custo.


Com a chegada do Atari 5200, em 1982, a companhia tentaria, posteriormente, adotar uma estratégia semelhante ao console. Entretanto, devido à crise dos video games, o Atari 5200 Jr. acabou não saindo do papel e a Atari encarava sérios problemas.

Entretanto, esta fase é importante por estrear uma estratégia que seria — e ainda é — extremamente utilizada pelas companhias do ramo: o corte de custos. Graças às revisões nos modelos, muitas empresas conseguem uma desculpa para baixar os custos e, de quebra, lançar algo diferente para o consumidor, o que aumenta a longevidade do próprio console. Uma bela dieta, não é mesmo?


                                                       Dietas que pegaram


A terceira geração e o começo de uma febre


Esta era, marcada, principalmente, pelo lançamento do NES, trouxe novos ares ao universo do entretenimento eletrônico. Primeiramente, temos um dos portáteis mais importantes da história dos games chegando em 1989: o Game Boy. Provavelmente você já deve ter ouvido falar dele, e também deve saber de suas várias versões que passaram pelos bolsos dos jogadores até poucos anos atrás.

O primeiro Game Boy era realmente pesado, mesmo sendo considerado um portátil. O console de bolso necessitava de quatro pilhas AA e pesava aproximadamente 300 gramas. Mas, depois de quase sete anos, a Nintendo decide revisitar o console, lançando o Game Boy Pocket — agora sim, um video game de bolso.

A nova versão era mais leve e necessitava de apenas duas pilhas AAA. Além disso, a companhia também trouxe uma tela maior e uma nova tecnologia de imagem. Mesmo assim, o console suportava os mesmos games da versão clássica do Game Boy.

A série de consoles Game Boy é conhecida, também, pelas suas revisitações aos consoles. Praticamente todas as edições da marca acabaram sendo revisadas, trazendo modelos mais modernos e com novos recursos para os consumidores. O mesmo acontece com o Nintendo DS, que também recebeu várias modificações.




Mas, voltando para a era dourada, existem também outros consoles que merecem ser mencionados. Primeiramente, o próprio Nintendo Entertainment System. Todos devem associar o nome com a famosa caixa branca com slot para cartucho. Entretanto, o video game também recebeu uma versão mais moderna, conhecida como NES-101. Trata-se de um modelo raro, vendido pelo curto período de um ano, e com um design que relembra bastante seu sucessor.


A Sega também participou da brincadeira com o seu saudoso Master System. O console, lançado sete meses após o Nintendinho 8-bits, é uma das plataformas que mais recebeu alterações no visual, ao lado do lendário Mega Drive. Uma curiosidade: ambos continuam sendo vendidos no Brasil, graças à Tec Toy, que continua oferecendo suporte aos dois consoles.

O Master System surgiu como o Sega Mark III. Este console foi lançado em 1985 para competir como Family Computer e trazia retrocompatibilidade aos jogos do SG-1000, também da Sega. Posteriormente, exatamente a mesma máquina que estava sob a carcaça do Sega Mark III chegava às lojas como o Master System, console que já era uma versão slim no momento em que nasceu.






O próprio Master System, contudo, também recebeu versões aprimoradas. Uma delas é o Sega Master System II, lançado no começo da década de 1990. Este console, além de ter uma fabricação mais barata, não possuía o botão reset nem o (inútil) slot de expansão. Além disso, a plataforma também trazia, na memória interna, o jogo Alex Kidd in Miracle World, um forte competidor para o encanador bigodudo da Nintendo.

No Brasil, o Master System ainda vive firme e forte. Além disso, diversas versões exclusivas do console foram lançadas em nosso país. A Tec Toy apresentou o Sega Master System III, uma versão ainda mais compacta que a segunda. Mas, o que realmente chamava a atenção era o Master System Compact, que invejou jogadores do mundo todo.

Trata-se de um console desenvolvido pela Tec Toy que transmitia sinais através de uma antena, dispensando conectores a cabo. Basicamente, o jogador segurava o console como um controle, pois os botões também eram situados no próprio periférico. Uma versão especial para as garotas também foi lançada, trazendo um console na cor rosa.



                                                                     Super e Mega  


Mais transformações

Na década de 1990, a Sega e a Nintendo iniciavam uma batalha que seria conhecida como a primeira guerra de consoles. Ambas empresas utilizaram todos recursos disponíveis para enfrentar seus adversários, o que acabou resultando em um verdadeiro show de novidades para os consumidores.

Quando o Mega Drive chegou às lojas, em 1989, a Sega iniciava uma campanha agressiva contra a Nintendo e seu console da terceira geração, o NES. Com a chegada do Super Nintendo, a briga esquentou ainda mais, e a Sega passou a lançar versões aprimoradas de seu console.





Uma delas foi o Mega Drive II (aqui conhecido como Mega Drive III), uma espécie de versão slim e mais moderna do console da dona do Sonic. Mesmo trazendo um visual mais bacana, o console acabou perdendo vários recursos e entradas. Além disso, houveram alterações nos botões e, obviamente, no custo de produção. O console aparecia diferente em cada parte do mundo, variando de cor e até formato em regiões como Europa, Américas e Asia.

Já a Nintendo demorou para lançar uma versão mais magra de seu Super console. A versão original do SNES, disponibilizada em em 1991, só ganhou um regime em 1997, com a chegada do Super Nintendo Junior — como era conhecido popularmente. O console também era barato e não foi anunciado como um slim, mas apenas como Super Nintendo Entertainment System — da mesma maneira que a versão original.


 

                                                         Um estranho no ninho


Era de poucos regimes


Na quinta geração, poucos consoles ganharam versões mais magras. Obviamente, o mais notável é o PlayStation, que, posteriormente, retornou como PSOne. A versão original do console, lançada em 1995, trazia gráficos de qualidade e trocava os cartuchos pelos CDs.

No ano 2000, a Sony introduzia um dos únicos consoles slim da época: o PSOne. Este caçula era drásticamente menor que seu irmão mais velho e, logo no lançamento, se tornou um verdadeiro sucesso — superando até mesmo o recém lançado PlayStation 2 por algum tempo.

Para turbinar ainda mais o pequeno, a Sony ainda lançou uma pequena tela LCD e um adptador para ligar o console em veículos. O PSOne era compativel com todos os títulos da linha PlayStation, mas trazia algumas diferenças em relação ao anterior — além das cosméticas, é claro. Basicamente, o console contava com uma interface visual diferente e também era protegido contra os chips de modificação, dificultando assim a pirataria. Fora isso, o console também não apresentava as portas paralelas e serial da versão original.




 

                                                       Assumidamente magro


A Sony e sua aposta



Finalmente, em 2004, a Sony lança o primeiro console assumidamente slim. O PlayStation 2 Slimline carregava em seu nome a grande mudança feita pela empresa, se tornando o primeiro console realmente slim. Com o regime, o console também perdia algumas funções, como a possibilidade de inserir um disco rígido e a ausência da fonte interna.

Mesmo assim, muitos consumidores sairam ganhando, já que o console, além de menor, também fazia menos barulho e possuia uma saída ethernet para conexões em rede local. Contudo, alguns problemas também assombraram os jogadores, principalmente devido ao superaquecimento da plataforma.

Contudo, o PlayStation 2 Slim foi um sucesso. Até hoje, o console continua sendo vendido, e recebeu ainda mais aprimoramentos em 2008, ano em que a Sony incorporou a fonte no console e adicionou uma BIOS revisada para impedir o acesso de hackers.




 

       

                                                  O presente e o futuro


Atualmente, os únicos consoles Slim's são o PlayStation 3,e o Xbox 360 Slim. Entretanto, curiosamente, a Sony não divulga o aparelho como uma versão Slim, mas sim como o novo PlayStation 3 — algo semelhante com o que ocorreu com o Super Nintendo. Mesmo assim, não há como negar que o Cavaleiro Negro perdeu alguns quilos e ficou mais barato. Outros consoles também perderam peso nesta geração, como é o caso do PlayStation Portable, que recebeu várias versões mais magras, e também o Nintendo DS.





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